terça-feira, 3 de setembro de 2013

ENTREVISTA COM MENINOS DE BARÃO BANDA QUE MAIS CRESCE NO MARANHÃO E PIAUÍ

Daquí a um mês eles completam 10 anos nas estradas do sucesso no Maranhão e Piauí, a Banda Meninos do Barão formada pelos três irmãos, Zé Nilton, Tonho (infelizmente não registrei o nome do terceiro irmão, desculpem)... arrastam multidões por onde tocam seu forró romântico e vem se transformando na banda mais procurada pelos pequenos e médios donos de casas de shows e prefeituras que confirmam ser garantia de sucesso e lucro certo festa com os meninos. Paraplégicos os três foram discriminados por orgãos do governo a exemplo do INSS e Programas Bolsa Escola que cortarem benefícios sociais ao descobrirem que os meninos tinham talento e ganhavam dinheiro com o resultado de seu trabalho, mas em vez de ser uma interrupção no sonho dos meninos serviu como incentivo a vencer preconceitos, dificuldades e mostrar que o talento e a arte supera ignorâncias públicas. A mãe Alexandrina, é considerada uma guerreira e empresária de visão pelos filhos. Da viola de buriti ao sucesso atual, Meninos de Barão recebeu este jornalista Lasan e o locutor Francisco Barbosa, no início da noite de domingo, na Casa Rodrigues Show no bairro da Subestação para essa entrevista. Enquanto Tonho e Zé Nilton aguardavam dentro da Van da banda, dona Alexandrina nos respondeu ali, no meio da rua, onde adultos e principalmente crianças curiosas queriam conhecer os meninos, que receberam a todos e distribuíram cds promocionais e deram autógrafos. É o sinal do sucesso que demorou mas começa a chegar, com convites para shows vindos de diversos Estados. Abaixo a entrevista, que passou por uma edição para melhor entendimento do cronologia da banda.
ENTREVISTA
- Como foi o início da carreira artística dos meninos?

Alexandrina: A gente morava em São Vicente interior de São Francisco do Maranhão... O pai deles via os meninos cantando e fez pra eles uma violinha de buriti... Devido eles morar em um lugar distante, eles tiveram a inteligência de caçar um meio de tocar alguma coisa, mas já mostrava o rumo que eles queriam e sonhavam em ser tocador, mas nós não tínhamos como investir, aí fizemos o seguinte, fomos para a cidade, por que eles tinham um benefício do INSS por serem deficientes e pensamos em levar eles para estudar e fazer o que gostam que é cantar...

- Qual a deficiência deles?

Alexandrina: Eles todos tem deficiência nas pernas (paraplegia)...

- Chegando à cidade, quais foram as primeiras ações?

Alexandrina: Então... Começaram a tocar e as famílias vizinhas viram e convidavam pra tocar em festinhas de aniversários, etc... Em 1999 teve em Barão de Grajaú o Festival de Música Popular Brasileira, inscrevemos e um deles ficou em primeiro lugar,  e incentivou os outros irmãos...

- Pelas informações do locutor Francisco Barbosa, houve um problema com o benefício do INSS para os meninos, conte-nos sobre essa situação...

Alexandrina: Os meninos começaram a se destacar e o benefício era um incentivo financeiro para ajudar também no talento deles, mas aí quando o INSS soube do talento cortou o benefício, eles todos estudavam, mas também foi cortado o Bolsa Escola, fizeram tudo para atrapalhar, tinha também a situação da idade, na época eles eram menores de idade e não podiam tocar em qualquer lugar e nem fora dos horários permitido pela Lei para menores, pois eles tinham que estudar, na época eles tinham 6, 10 e 12 anos, e essa ordem das leis eu sempre mantive, até eles ficaram maior de idade, mas continuo acompanhando, dando apoio, pois além de mãe sou também a empresária da banda, fico perto deles sempre...

 - Depois do corte desses benefícios, morando em uma cidade maior, com três crianças deficientes e todas essas barreiras, como foi para a senhora seguir para realizar o sonho deles?

Alexandrina: Partimos para a luta, todos trabalhando, eu trabalhava em uma horta 
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comunitária, meu marido  era agente comunitário de saúde, de dia na luta, meninos na escola, casa e ainda tentando levar eles nos lugares para tocar, correndo atrás das oportunidades, não foi fácil...

- Qual é o grau de instrução deles, estudaram até que ano?

Alexandrina: Eles concluíram o ensino médio e aí pararam e chegaram pra mim e disseram que não tinha como tocar e estudar e que queriam continuar fazendo shows, pois gostavam disso e decidimos que eles iam tocar, pois quando nossos filhos querem uma coisa com muita vontade, não adianta você botar eles pra outro rumo, tem que fazer o que eles gostam, e tá dando certo, eles estão aí fazendo o que deixa eles felizes...

- Nenhum incentivo por parte de órgãos públicos, como prefeitura ou empresas privadas?

Alexandrina: Nenhum... Nunca houve alguém que chegasse e quisesse investir com dinheiro... Começamos do zero, só tendo o dinheirinho das apresentações dos meninos em locais bem perto, por que nós não tínhamos carro, nem ônibus pra levar e trazer os meninos...

- Há quanto tempo os Meninos de Barão estão na estrada?

Alexandrina: No dia 3 de outubro a banda vai fazer dez anos...

- Então já existe uma carreira com grande caminho trilhado, nesse tempo qual os lugares em que o Meninos de Barão mais são bem recebidos, que tem maior público?

Alexandrina: Difícil dizer... Onde a gente vai, o público é grande, mas assim olhando com calma, a cidade vizinha que mais vai gente ao show é São João dos Patos...

- ... Pois é, o ex-prefeito Zé Mário de São João dos Patos, é um grande admirador da banda...Como está esse contato com ele?

Alexandrina: Continua nos apoiando, ele saiu da prefeitura, mas o atual prefeito Dr. Waldênio nos convida sempre para animar as comemorações, eventos na cidade...

- Dona Alexandrina, o Blog Paraibanomanews, fez questão que o locutor Francisco Barbosa participasse dessa entrevista, em justa homenagem, por ter sido ele a primeira pessoa que lançou os Meninos de Barão em Paraibano, através do Programa que Le tem na Rádio Liberdade FM, então abro espaço para que o Barbosa faça perguntas . ... Por favor Barbosa:

Barbosa: ... Os Meninos de Barão muda a cada momento, como está a banda atualmente e qual o segredo do sucesso?

 Alexandrina: Para manter o sucesso a gente tem que se atualizar, os meninos estão sempre atuais, com as músicas do momento, pois as vezes um sucesso de hoje já muda amanhã... e tocam sempre o que o povo gosta.. o repertório é grande, é muito trabalho...

- E a agenda de shows, como está, existe algum espaço para quem quer contratar a banda até o final do ano?

Alexandrina: A agenda para shows de sexta-feira a domingo, véspera de feriados, está lotada até janeiro de 2014, só está livre o meio de semana, para o próximo ano estamos deixando espaços devido a ligações e convites de outros Estados, para ver se a gente vai mais longe.

Lasan – Essa resposta é interessante até para se fazer um raio x do alcance do sucesso da banda, Meninos do Barão já ultrapassou as fronteiras do Maranhão e Piauí?

Alexandrina: Já... Já ultrapassou, temos recebido convites de outros estados para que a banda vá tocar nesses locais...

- Existe planejamento e estrutura para se deslocarem para esses outros estados?

Alexandrina: Tá complicado, principalmente pela agenda na nossa região, por que muitos querem para esse ano e nós não podemos desmarcar nossos compromissos para ir para outro Estado... Isso já aconteceu com outras bandas e depois que eles voltaram às pessoas não quiseram mais... Primeiro vamos honrar a nossa agenda...

- E a estrutura da banda?

Alexandrina: Já temos um pouco de estrutura, temos uma boa iluminação, instrumentos musicais, carros próprios, um van, ainda é uma estrutura pequena, mas muito diferente do início quando nós fretávamos carros, depois de muito trabalho, pensamos em melhorar, comprar um carro maior, etc... Mas ainda falta muito, mas vamos chegar lá.

- Muitos proprietários por festas na região, elogiam a forma profissional como a banda Meninos de Barão trata os compromissos, a humildade por não exigirem locais ou ambientes para se apresentarem... Qualquer local, mesmo com o mais difícil acesso, a banda vai, como a senhora responde a esse reconhecimento?

Alexandrina: O importante não é o lugar, é o povo... Quem escolhe é o povo, se o povo vai e nos quer, nós vamos.

-... Como diria o cantor Milton Nascimento “O artista tem que ir aonde o povo está.”

Alexandrina: Isso mesmo.

- Nós queríamos pedir a sua permissão para entrevistar os meninos...

Alexandrina: Certo, eles estão ali na van, vamos lá.

Lasan: Boa noite, você é o...

Meninos: Zé Nilton, vocalista.

Meninos: Tonho, também vocalista. (O terceiro menino de barão não estava na van)

Lasan: Sua mãe fez um breve histórico do início da carreira de vocês e que tudo começou de verdade quando vocês perderam um benefício do INSS e tiveram que entrar de verdade no mundo da arte, como foi essa situação para vocês?

Tonho: Foi muito difícil, na época passamos por momentos que precisou de muita vontade e trabalho para não ter que desistir do nosso sonho, mas não desistimos com essa perda...

- Como vocês descobriram o dom para a música?

Zé Niltom: Desde novinho, a gente era invocado com a música, com o cantar e com o passar dos anos fomos aprendendo, fazendo apresentações até participando de um show de calouros e aí descobrimos que tínhamos jeito para a coisa e surgiu a ideia de montar a banda e aí tá no tá...

- Vocês se inspiram em algum artista?

Zé Niltom: São muitos, tipo Zezé de Camargo, mas existem outros...

- Como vocês definem o estilo musical?

Zé Niltom: É muito eclético, tocamos tudo, mas tem o forró que é o carro chefe, a gente define nosso estilo como forró romântico.

- E o repertório para shows e CDs promocionais como é escolhido?

Zé Niltom: Escolhemos o sucesso do momento e aí fazemos uma mistura, pegamos uma música sertaneja, funk, etc, de sucesso e colocamos em ritmo de forró.

- E existem as composições próprias?

Zé Niltom:Existe, sempre colocamos duas nos nossos CDs promocionais.

Barbosa: Todo artista tem um sonho, uma meta, qual é a de vocês?

Tonho: Como de todo artista é o e ser reconhecido no Brasil todo, já estamos satisfeitos com o reconhecimento no nordeste, já tá de bom tamanho...

Lasan: Como está o assédio do público, das fãs?
Tonho: Por onde passamos o assédio existe, existem grupos que se dizem nossas fãs, ainda não é nada oficial, mas existe essa galera e nos sentimos bem quando somos recebidos com tanta alegria pelo reconhecimento ao nosso trabalho...

Lasan: Qual a importância da família nesse processo do sucesso para de vocês?

Tonho: É tudo, sem nossa família que é responsável pelo nosso trabalho, nada seria possível... meus pais são uns guerreiros e o nosso público reconhece também isso.

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