sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O INFERNO E A POLÍTICA

 O grande personalista cristão Emanuel Mounier declara:"Tudo é política, mesmo que a política não seja tudo". Apesar das graves decepções que tem sofrido a política por vários cantos do País, não podemos viver sem a política. "Fora da política não há salvação" como diria o grande jurista Fábio Konder, e alertada pelo filósofo alemão Bertold Bracht, para aqueles que fogem desse ato de cidadania: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos". O que assusta, hoje em dia, são evidências de uma sociedade ainda jovem que se distancia dos rumos políticos de seu País. Em uma pesquisa realizada na Espanha, ficou constatado que 60% dos jovens não sentem nenhum interesse pela política. Deveria ser o contrário.
Dante Alighieri
Já o povo simples  das nossas regiões do Brasil falava e fala ainda da política, antes e depois, como um mal: "Estar político" com alguém, é estar brigado com ele. O professor Roberto Silva de Oliveira do Departamento de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em suas pesquisas para TCC-Trabalho de Conclusão de Curso- diz que: "A representação de uma realidade está condicionada as estruturas de um mundo daquele que a produziu. Por consequência, ela é também produto de uma leitura, de uma necessidade individual de conhecimento [...] ...Onde toda "verdade", todo discurso pressupõe uma correlação de forças articuladas em função da edificação do poder". Infelizmente, como filosofava o escritor italiano Humberto Eco:- "Nem todas as verdades, são para todos os ouvidos", numa clara referência, talvez à ignorância do povo menos culto, explorado pelo maquiavélismo de poderosos arrogantes. A introdução do texto acima, quer sucumbir ao "Inferno",  polisensa que tem sido discutida na última semana (21/02/2012) em Paraibano, na véspera da Quarta-feira de cinzas, por uma autoridade local, palavra essa, usada como marketing político por raposas políticas e anarquisada pelos espectadores da arena do pão e circo tupiniquim. Antes de entrar no mérito do "Inferno Político" local, é bom explicar aos desiformados do "métier político", que há quase 800 anos atrás, portanto quase oito séculos, essa questão de "Inferno e Política", já fora relatado pelo escritor e poeta florentino Dante Alighieri, na sua obra Divina Comédia. A Divina Comédia foi escrita entre 1306 e 1321 e é composta de três partes: O Inferno, O Purgatório e o Paraíso. Nela o poeta narra sua passagem por esses três locais descrevendo as situações vividas, as penas e as pessoas que neles se encontram. Só para trazer a luz dos nossos tempos, no "Inferno", Dante (que também fora político) começa a "despertar' de um sono que o  tolhia e entra em uma selva escura (Inferno). Nesse mundo de sombras selvagens, símbolo da desordem política, as ameaças reais se lhe afiguram enigmátcas e se cofiguram em obstáculos que precisam ser vencidos. São três os perigos: Uma Onça, um LEÃO e uma LOBA. Cada animal com um significado: A Onça significa (incontinência), o leão (violência) e a loba (fraude) e refletem níveis de gravidade de acordo com os conhecimentos do homem (quanto mais se sabe, mais grave é o pecado). A obra Divina Comédia tem ainda várias significações alegóricas e em seus círculos fala da justiça no inferno, que é onde as almas pagam os seus pecados, tem o vestíbulo do inferno, que é onde ficam os indecisos, covardes e que passaram a vida em "cima do muro", e de círculo em cículo Dante vai fazendo um relato de sua passagem do inferno, purgatório até chegar ao paraíso.No oitavo círculo, existem vários fossos e é onde ficam os fraudulentos, os aduladores, os corruptos, os hipócritas, os ladrões, os maus conselheiros, semeadores de discórdias, etc. São muitas passagens alegóricas, mas que não é mera coincidência com a política na realidade. Para você entender um pouco desse mundo que é a política, deve pesquisar sobre essa obra e observar se isso realmente coincide com nossos dias atuais.E aí entenderá que as vezes a verdade quando dita icomoda. O que é preciso é só trocar a fantasia eleitoreira pela política verdadeira e ter a coragem do pacifista indiano Mahatma Ghandi: "Senhor ajude-me a dizer a verdade diante dos fortes e não dizer mentiras para ganhar aplausos". E claro, não confundir palavras com querelas políticas. Texto: Leo Lasan

Nenhum comentário: