terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O COMPLEXO DE PAULISTÊS.




As caras velhas porém com brilhos novos, nos olhos e no sorriso, começam a desembarcar no Brejim de Açúcar... vieram matar saudades da família, das mangas do Gongó ou namorar a famosa filha do Zé Batista da Vazante... A Cátia... ou melhor a Catiátcha... Vai pipocar a temporada de bermudões e tênis “nike’ (comprado na 25 de março) com meia no meio da canela (sic) em pleno 38 graus... É o velho complexo “paulistês”... O bom disso tudo, além do esnobisbo nos carrões é a grana que fica nos botecos...Isso mesmo, porquê “paulistês” que se preze, mano!, não vai gastar a bufunfa no bar que não dava crédito, quando ele morava aqui...Tá lôco meu!!? O baguio é gastar no buteco das vila, tá cerzzrrzrto mano? Não estranhe se algum nativo começar a arrastar a consoante “R” nas palavras... “paulistês” que morou pelo menos seis meses em sampa, tem que dominar o sotaque de Ribeirão Preto... Tá cerzzrrzto, mano? O IBAMA que se cuide, pois o carvão vai esquentar nos churrascos de fundo de quintal... vão ser dois crimes ambientais a carne de caça cozida no leite-de-côco e a derrubada de madeira para fazer “calvão” como dizia aquela vereadora com “i”... não me perguntem quem é? O candango do Gil é quem sabe... Quem deve morrer de chateação com tudo isso, é a militante Júlia Maria e sua luta contra o capitalismo selvagem e qualquer forma de consumismo idiota... Para ela, o que vale é a conscientização nos valores humanos, mesmo que o Brejim de Açúcar, fique sem o produto doce, afinal, o Maranhão acaba de pular do 3º lugar parar o 2º no ranking do trabalho escravo, principalmente no corte de cana, ou seja a ameaça para os paulistês está declarada... futuramente deve faltar o açúcar do Brejim e a Cátiátcha da Vazante... O negócio é rezar para que não derrubem o Gongó... Senão, os “paulistês” não virão mais nos abrilhantar com suas meias e tênis nike...
Mas para os “paulistês” que ficarão quando a grana acabar... (daquí há duas semanas) ficará um consolo... voltarão a usar a “chinelinha Dupé”, e beber marófa na rodoviária e retornar a serem cidadãos paraibanenses e quem sabe comer manga e arrotar pequí... aí sim!!suas famílias reconhecerão os filhos que comiam cozidão aos sábados.
Para ilustrar nossa terra invadida pelos paulistês, vamos lembrar do velho comerciante Belchiorzão, que detestava sotaques estrangeiros. Pergunte para o seu pai, a história da empregada do velho hotel da Jovelina, que foi comprar creme dental no Belchiorzão... Ele vai lembrar que a empregada que morou a vida toda no Saquim, com sotaque carioca pergunta:
–“ Seu Belchior, tem Passssssta?”
e Belchiorzão com toda a sua opulência, responde:
-“Tem Boosssssta! Nêga Besssssta! Você, Goossssssta?”

A história é só para lembrar, não é mudando de lugar que se muda de personalidade. Afinal, a Humildade cabe em todo e qualquer lugar, tá cerrzzzto mano?

Artigo: Léo Lasan

Nenhum comentário: