CRIADOR DA VAQUEJADA DE PARAIBANO FOI HOMENAGEADO NA 28º EDIÇÃO DO GRANDE EVENTO.

Durante o evento da 28º Vaquejada de Paraibano, muitas pessoas me perguntava como foi que surgiu a Vaquejada de Paraibano. Informei que logo após a grande festa, publicaria uma pesquisa a respeito do tema, que havia feito há mais de cinco anos. Promessa feita, dívida cumprida, fica aí uma contribuição para o acervo da história da cidade, evidentemente que se faz necessário uma pesquisa mais aprofundada, mas eis a minha contribuição, reconhecida este ano pelos organizadores do evento ao homenagear o idealizador da vaquejada o senhor Zé Bobóta e aos demais apoiadores.

Em 2005 por ocasião da 20º Vaquejada de Paraibano, a aluna Jucifran Soares Ribeiro do curso de história do polo da UEMA em Paraibano fez os primeiros levantamentos sobre a história da vaquejada no município. O estudo introduzia alguns dados interessantes, porém sem profundidade científica, dados esses que carecem até hoje de uma melhor pesquisa. Como este escriba tem mania de guardar recortes de jornais, fotos e pesquisas, etc. sempre foi procurado por estudante para saberem de informações sobre a cultura de Paraibano, haja vista fui um dos primeiros artistas do município e tenho na memória conhecimentos a respeito dessa área em nossa cidade. A propósito da vaquejada do ano 2006 conversei com a então  prefeita Aparecida Furtado, e falei da necessidade de se fazer uma pesquisa sobre o evento como forma de melhorar, tanto na área do turismo como espaço físico do parque. Aparecida me deu a oportunidade e naquela ocasião montei uma equipe com cinco garotas, criamos um questionário com quatro perguntas: As duas últimas perguntas eram: Em sua opinião, existe algo que poderia melhorar a vaquejada de Paraibano? E o entrevistado tinha as opções sim e não para marcar. A pergunta seguinte no caso do turista responder “sim” era: Poderia sugerir o quê e o por quê? E abria espaço para a pessoa se manifestar. Mas de trezentas pessoas a maioria turistas responderam. Feito a tabulação, as respostas serviram para que a administração de Aparecida e as  seguintes, realizassem ações e melhoramentos no evento. Foram realizados ações e continuam até hoje na Vaquejada de Paraibano. Porém outras ideias não foram realizadas. Aquí vamos pontuar o que foi feito conforme as sugestões dos turistas na pesquisa da época: O calçamento em frente aos bares, o aumento de plantio de árvores, a casa de show dentro do parque, a contratação de bandas de expressão nacional, maior segurança e atualmente aumento de banheiros (ainda que sejam químicos) deslocamento de barracas debaixo das arquibancadas e nas entradas do parque para uma área mais segura, aumento da espaço físico do parque, etc. As sugestões (julho de 2006) que ainda não foram feitas foram: Asfaltamento das passarelas por onde circulam as pessoas, arquibancadas de cimento, preços de ingressos mais populares, mais banheiros, incentivo para crescimento e qualificação do comércio e rede hoteleira. Quanto ao apoio aos artistas locais, também sugeriada na época da pesquisa, foi atendida pela prefeita Aparecida Furtado ainda em 2006 na 21º Vaquejada, e a prefeita pediu a este jornalista que reunisse um grupo de artistas plásticos e colocasse um estande as obras dos mesmos, o que foi feito e os artistas foram  Marquinhos, Leonardo, Agnaldo Silva  e Lasan, houve também apresentações de bandas locais como César e Zé Alberto, Neguim, etc. A ideia voltou agora em 2013 com a colocação de um palco de show na frente dos bares, para que artistas locais da música se apresentassem, o que foi a sensação da vaquejada, mostrando os nossos talentos. Na 21ª Vaquejada de Paraibano em 2006  foram colocadas muitas ideias, e anotadas pelas entrevistadoras na pesquisa, naquela ocasião, uma das sugestões dizia respeito a curiosidade da origem da nossa vaquejada, isso serviu para que em agosto de 2006, este jornalista, fizesse mais uma colaboração à nossa história. Na manhã do dia 7 de agosto me dirigir até a Rua Benedito Leite, onde em uma simples usina de beneficiamento de arroz encontrei trabalhando, o senhor José Freitas Rêgo. Foi ali naquele ambiente empoeirado, bem rústico, que após conversa informal perguntei como realmente tinha começado a vaquejada de Paraibano. Sentado em uma cadeira de couro, com um olhar saudosista, José Freitas, popularmente conhecido como Zé Bobóta, disse que tudo começou quando ele após voltar da cidade de Tape do Sul, município

Ver. Ana Célia entregando troféu para a Zé Bobóta  Foto: Dom Barbosa

próximo a Fortaleza-CE, onde conheceu o esporte da vaquejada, trouxe a ideia para Paraibano isso no ano de 1983. Zé Bobóta informou que apresentou a ideia a um grupo de amigos vaqueiros a exemplo de Arlindo Silvestre, João Luis e João de Deus, Dêga, Pernambuco e vaqueiros de Pastos Bons e Mirador. No mesmo ano realizaram as primeiras brincadeiras e escolherem uma estrada na saída da cidade no sentido do povoado Riacho do Meio, onde fizeram uma pista de corrida cercada de arames e isso chamou a atenção das pessoas devido ao adestramento dos vaqueiros em derrubar os bois em uma faixa tão estreita. Zé Bobóta revelou que na época os vaqueiros montavam cavalos pé-duro e os bois eram doados pelos brincantes. Conforme esclareceu Zé Bobóta, por insistência dos vaqueiros, o prefeito da época Arí Furtado no ano (1984) comprou uma extensão de terreno onde estava o final da Vila Leão, onde existia uma quinta de capim e pés de faveiras, ali o prefeito abriu uma espécie de parque de vaquejada: “Foram os os vaqueiros que  ajudaram a montar o  parque,plantando pés de cajus,

Arí Filho entrega troféu p/ Zequinha Silvestre

montando as primeiras barracas e um grande barracão de palha para as festas de forró (construído por José Ribamar Veloso ex-secretário de educação do município)” informou Zé Bobóta. Com a participação de vaqueiros de municípios vizinhos e grande número de visitantes e espectadores no evento, o prefeito Arí Furtado percebeu que o esporte da vaqueirama renderia como atração turística e econômica para o município, por ser um esporte inédito na região. Em 1985 oficializou a 1ª Vaquejada de Paraibano e por sugestão dos vaqueiros denominou o local de Parque Antonio Pedro em homenagem a um vaqueiro do município, falecido após cair do lombo de um cavalo no povoado Latarano. Em entrevista (em 7 de agosto de 2006) a este jornalista, Ari Furtado declarou que a oficialização da Vaquejada de Paraibano não foi dele e sim do povo do município e que apenas deu a sua contribuição cultural e aprimoramento na realização do evento e que melhorias se seguiram no governo de Francisco Araújo Chaves (Chico Castor) de 1988 a 1992 que construiu arquibancadas com capacidade para 2 mil pessoas e melhoramentos nas barracas. Na administração de Aparecida Furtado (gov. de 1993 a 1996) foi feito novos investimentos e o senhor José Ribamar Veloso em 1993 construiu um hotel em frente ao parque para facilitar a hospedagem dos visitantes, que a essa altura tornara-se o maior em evento no município e se concretizava na região do médio sertão maranhense como a melhor vaquejada. O barracão de palha voltado para festas, logo atrás do hotel já não cabia o público. A prefeita Aparecida Furtado no ano de 1995 construiu um espaço com capacidade para mil pessoas e denominou Clube do Vaqueiro e trouxe a primeira grande Banda de Forró (o blog não tem a informação de qual banda tocou) o que tornou a vaquejada mais atrativa. O evento deu um grande salto em qualidade turística  se expandindo publicamente para o Brasil, por meio de filhos da terra que vinham e traziam amigos.  A visão cultural e principalmente econômica, prevista dez

Ari  recebe troféu da pref. Aparecida  Ft:D.Barbosa

anos antes por Arí Furtado finalmente  se concretizava. A vaquejada de Paraibano se tornara grandiosa, mas ainda necessitava de muitas  melhorias. 
A cultura do município sempre foi uma preocupação dos organizadores da vaquejada. Ainda em 1995, foi criado o concurso para a escolha da rainha da vaquejada para representar o evento, no município e região. A primeira rainha eleita foi Neliane Gomes Vieira. Outras atrações culturais foram apresentadas durante a vaquejada de 1995, a exemplo de danças country, e danças típicas do estado e região. A administração do prefeito José Rodrigues (Dr. Zequinha) de 1997 a 2000 deu continuidade ao desenvolvimento do evento, consolidando o trabalho das outras administrações. Na gestão pública de 2001, sendo eleita novamente Aparecida Furtado (gov. 2001 a 2004) transforma o Clube do Vaqueiro e constrói a Casa de Shows Antonio Pedro ampliando a capacidade da pista para seis mil pessoas, constrói palco, camarins, pista de dança, banheiros, etc. e pela primeira vez entra para a Agenda Cultural do Estado do Maranhão.No ano de 2004, a administração pública do município

Artistas expondo na Vaquejada de 2005 e na última em 2013 Ft:Lasan

percebendo que o local onde é realizada a vaquejada (ainda no final da Vila Leão construído há mais de dez anos) já não comporta o evento devido a sua grandiosidade, vai em busca de recursos e consegue por meio do DeputadoPedro Fernandes (PTB) uma emenda do Ministério do Turismo, disponibilizando recursos para a construção do grande parque na entrada da cidade, uma obra que após construída dispões de melhores condições aos profissionais e aos visitantes. Desde o ano de 1995, a Vaquejada de Paraibano acontece todos os anos e trouxe os melhores profissionais do esporte, pagou os maiores prêmios e contratou as maiores bandas de forró (estilo musical que agrada aos visitantes) e atrai as maiores empresas como apoiadores. A fama da vaquejada já ultrapassou as fronteiras do Brasil e tem atraído público estrangeiro todo ano. Filhos de Paraibano se planejam o ano inteiro ou de uma vaquejada para outra para trazer famílias, amigos, etc. A cidade na época do evento praticamente dobra o número de habitantes e o investimento da prefeitura é altíssimo, típico dos mega eventos, (os anos seguintes da evolução da vaquejada este jornalista está arquivando para uma nova matéria).  
Essa reportagem teve por objetivo esclarecer aos internautas a razão do sucesso da vaquejada de Paraibano, que é uma curiosidade de muitos  que

Foto da pesquisa em 2005 ft:Lasan

aqui vem prestigiar, e ao mesmo tempo destacar os heróis muitos deles reconhecidos com troféus na vaquejada deste ano de 2013. Lembro-me quando Kaline Brito a pedido de Arí Filho, em maio deste ano (2013) me perguntou se eu tinha a história da vaquejada. Entreguei a ambas as cópias da pesquisa que fiz e que agora publico. Muitos leitores que tem conhecimento sobre a vaquejada de Paraibano irão acrescentar novas informações, como por exemplo, a vaquejada realizada na Fazenda Pé de Serra do senhor João Silvestre, acrescentarão pessoas que de alguma forma contribuíram no desenvolvimento do evento e que por acaso não aparecem na matéria, etc. O que é muito importante para a contribuição da história.Esta matéria tem o objetivo jornalístico, histórico, mesmo sem dados científicos de apenas registrar a origem da vaquejada. Sei que falta muito ainda e peço a contribuição de todos para envio de novos dados, fotos, etc. Obrigado. Léo Lasan.
As fotos da entrega dos troféus aquí postadas são de autoria do fotógrafo Dom Ribeiro do site:www.vaquejadaecia.com.br/ . onde você pode acessar mais informações sobre a final e os vencedores da 28ª Vaquejada de Paraibano.