sábado, 7 de novembro de 2009

cultura


TEATRO DO PROJOVEM GANHA PRÊMIO EM FESTIVAL DE CULTURA.

A peça “MARCAS DA ESCRAVIDÃO” do grupo de teatro Força Jovem do Projovem de Paraibano, ganhou sábado (31/10) o primeiro lugar no 1º Festival Cultural do Projeto Professor e Família no Combate ao Trabalho Escravo –(ONG Repórter Brasil.)
O evento foi promovido pelos integrantes do Projeto Escravo Nem Pensar de Paraibano e CPT- Comissão Pastoral da Terra de Balsas. O Festival foi realizado na Unidade Integrada João Furtado Brito, às 19 horas e teve público estimado em mais de 200 espectadores, entre crianças,jovens e adultos. O vice-prefeito Clodomir Lima Campos e o vereador Francisco Leite da Costa compareceram ao evento. O júri, foi composto pelo vice-prefeito, pela irmã Joana Arruda, pelo representante da CPT-Balsas João Antonio e os professores Maurício Freire, José Reis, Laudecí Dantas,Teresinha Mendes, Maria Seuma. A coordenação do festival homenageou com medalhas, personalidades que desenvolveram e incentivaram o projeto no município como por exemplo o padre Edvânio Laranjeira, Professora Júlia Maria, e Raimundo Carlos.
A professora Geralda Alves da Costa abriu o evento fazendo uma explanação sobre o trabalho escravo no Brasil, informando que mesmo com todos os avanços, o país continua com esse tipo de trabalho em pleno século XXI, lamentando que o Maranhão permanece sendo o 3º estado que mais fornece mão-de-obra para essa finalidade, e que por isso foi escolhido para sediar o 1º Encontro Nacional Contra o Trabalho Escravo realizado nos dias 10, 11 e 12 de outubro em Açailândia:- “...mas que a mídia não deu a atenção devida”- desabafou Geralda.
Em Paraibano o 1º Festival Cultural do Projeto Professor e Família no Combate ao Trabalho Escravo teve apresentações das escolas Henrique Dias, Januário Dias, Edson Lobão, Darci Furtado e Adonias Lacerda, da Pastoral do Menor, PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, além do Grupo de Teatro do Projovem, destacando a capoeira, recital de poesia, música e peças teatrais.
O coordenador João Antonio do Banco de Direitos Humanos da Comissão da Pastoral da Terra-Balsas, esteve em Paraibano para apoiar o evento, essa é a segunda vez que João Antonio compareceu ao município na luta contra o trabalho escravo, a primeira, foi no dia 7 de setembro deste ano para a manifestação do Grito dos Excluídos. O 1º Festival de Cultura, encerrou às 22 horas com as seguintes premiações: em 5º lugar a Escola Henrique Dias com a peça:”A Terra Que Escraviza” em 4º: PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil com interpretação de música,em 3º: o grupo de capoeira da PAMEM-Pastoral do Menor, em 2º: a Escola Januário Dias com o grupo de Dança Quilombola e em 1º Lugar ficou a peça Marcas da Escravidão com o grupo de teatro do Projovem.
A trama da peça vencedora, se passa em uma família pobre, ao ver o gestor (pai), ir embora para o estado do Mato Grosso em busca de sustento para os filhos. Desamparada e cheia de dívidas, e dois filhos menores, Maria a esposa se desespera. Com o passar dos meses a situação piora, ameaças de prisão pelas cobradoras, a filha engravida, o filho adoece e o marido não dá notícias... Mas um telefonema a cobrar vai mudar toda essa história... a platéia que assistiu a peça foi ao delírio quando viu o marido de Maria voltar, da fazenda onde era explorado no corte-de-cana.
O júri seguindo a manifestação do público deu o primeiro lugar para a peça do Grupo Teatral Força Jovem do Projovem. Todos os integrantes foram elogiados e o aluno Francisco Luciano, se emocionou ao dedicar o prêmio ao colega de Projovem, Francisco Pereira Gilo de 17 anos, morto no dia 22 de outubro deste ano.
Os organizadores do 1º Festival de Cultura – Trabalho Escravo, declararam que o festival foi positivo, principalmente pela mensagem transmitida aos jovens e os resultados já são visíveis, a coordenadora Cida deu como exemplo, o aluno Raimundo Carlos da escola Henrique Dias, ator da peça “ A Terra que Escraviza”,que na vida real, disse não ao trabalho escravo. Segundo a coordenadora, Raimundo Carlos é o símbolo positivo do projeto e foco de conscientização a outros jovens. O 1º Festival de Cultura foi finalizada pela poetisa Maria Ceuma com o poema de sua autoria:” Pátria Amada”.

Léo Lasan – Paraibano-MA.

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