Reportagem: TÂNIA MONTEIRO / O ESTADO DE S. PAULO Pressionado pelo PMDB, o Planalto costurou, na segunda-feira (14), uma solução de redução de danos às suas relações com o principal aliado e criou uma alternativa na montagem do palanque no Maranhão. A presidente Dilma Rousseff disse ao senador José Sarney (PMDB-AP) que, apesar de apoiar a candidatura a governador de Flávio Dino (PC do B), rival do clã, apoiará ao Senado o nome da governadora Roseana Sarney (PMDB-MA).
Dilma
 Rousseff revela, que apesar de apoiar a candidatura a governador de 
Flávio Dino, apoiará ao Senado o nome de Roseana Sarney
Sarney defendia o apoio de Dilma ao seu secretário de Infraestrutura Luís Fernando Silva.
A
 pressão do PMDB sobre o governo foi tão forte que a presidente Dilma 
Rousseff se viu obrigada a ligar para José Sarney para assegurar que 
continuam aliados.
No entanto, conforme o Estadão revelou na 
segunda (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma 
acertaram, numa reunião no Alvorada na quinta-feira passada, uma 
“traição cirúrgica” ao senador Sarney e a sua família, que comandam o 
Maranhão há 50 anos. PARA CONTINUAR LENDO CLIQUE EM LEIA MAIS
Na reunião, Lula, Dilma e os coordenadores da
 campanha pela reeleição da presidente concluíram que chegou a hora de o
 governo apoiar a eleição de Flávio Dino (PC do B) no estado e garantir 
um palanque forte para Dilma no Maranhão.
Os ministros Aloizio 
Mercadante (Educação), o marqueteiro João Santana e o ex-ministro da 
Secretaria de Comunicação Franklin Martins – além de Lula e Dilma – 
foram favoráveis ao apoio a Dino. O presidente do PT, Rui Falcão, manifestou-se contra, mas foi voto vencido.
O
 escolhido da família é o secretário de Infraestrutura do Estado, Luís 
Fernando Silva, que não está bem posicionado nas pesquisas eleitorais. 
Um palanque patrocinado pelos Sarney, na avaliação do grupo, seria 
contraproducente. O apoio a Dino poderá interditar, ainda, qualquer 
costura local do PC do B com o PSB para franquear palanque à dupla 
Eduardo Campos-Marina Silva. O cenário é ruim para Roseana e para a
 reprodução do apoio do Planalto à governadora. Ela enfrenta problemas 
na disputa pela única vaga ao Senado em 2014. Seu principal adversário 
ao cargo, o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha, que é do PSB, está
 à frente nas pesquisas. Além disso, se Roseana deixar o governo para 
concorrer ao Senado em 2014, o vice-governador Washington Luiz Oliveira,
 do PT, assume o Estado. O clã Sarney considera que Washington não é 
completamente alinhado com a família e teme que ele não trabalhe com 
afinco para ajudar a eleger o escolhido para suceder à governadora.
IRRITAÇÃO E AMEAÇA – O Jornal Pequeno
 apurou que, ao tomar conhecimento, ainda na manhã de segunda, do 
vazamento da reunião no Planalto que decidiu pelo “descolamento” do PT 
da imagem do clã, o senador José Sarney ligou para Lula, fez chantagem emocional e ameaçou declarar apoio ao governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB.
Em
 seguida, Lula ligou para Dilma, que, mesmo irritada com a chantagem 
sarneysista, entrou em contato com Sarney. Disse que a aliança continua e
 garantiu apoio do governo a Roseana numa eventual disputa ao Senado. (Com Redação do JP)
‘PT não deixará Sarney na chuva’, diz Domingos Dutra
O
 deputado federal Domingos Dutra (SDD-MA) disse na segunda-feira (14), 
que acha difícil o PT conseguir abandonar o candidato do PMDB ao governo
 do Maranhão. Dutra, que até poucos dias atrás trabalhava para 
viabilizar a Rede Sustentabilidade e acabou se filiando ao Partido da 
Solidariedade, deixou o PT há duas semanas após anos de desgaste por 
discordar da aliança entre o partido e a sigla do senador José Sarney 
(AP).
“Não acredito que o PT deixará a família Sarney na chuva”, 
comentou. Em sua avaliação, o PMDB local é “dependente” da imagem do 
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não aceitará a debandada do 
palanque. “Se isso acontecer vou dar três gritos, três pulos e três 
assobios para São Longuinho”, ironizou. Com o apoio do 
ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PT 
acertaram na última semana que apoiarão a candidatura de Flávio Dino 
(PCdoB) à sucessão de Roseana Sarney.
Após uma aliança de 11 anos,
 os petistas concluíram que é preciso investir numa candidatura forte, 
já que o escolhido dos Sarney, o secretário estadual de Infraestrutura 
Luís Fernando Silva, não está bem posicionado nas pesquisas eleitorais.
“Torço
 muito por isso, mas não acredito que isso ocorra”, disse Dutra. O 
ex-petista conta que a aliança com o PMDB no Maranhão tem feito o 
partido “sangrar em praça pública” no estado, com a saída de militantes 
históricos da legenda. “O PT não tem chances de eleger nenhum deputado estadual ou federal no Maranhão”, avaliou.
A
 divergência com a família Sarney fez com que Dutra também declinasse de
 integrar a Rede da ex-senadora Marina Silva. O deputado encaminhou uma 
carta à sigla em formação onde se mostra insatisfeito com a aproximação 
da coligação PSB-Rede com a deputada estadual Eliziane Gama (PPS), 
suposta aliada do clã peemedebista e apontada como candidata à sucessão 
estadual.
“Neste momento estou cuidando do Solidariedade. Não tenho condições de cuidar de dois partidos”, desconversou Dutra. (Daiene Cardoso, da Agência Estado)
 
 
Um comentário:
é a presidente não dá murro em ponta de faca não... sabe ela que Flavio Dino lidera as pesquisas no maranhão!!!
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