quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PLANO VIVER SEM LIMITES É LANÇADO EM PARAIBANO

PARAIBANO TEM ATUALMENTE MAIS DE 5.500 DEFICIENTES.
Paraibano recebeu No início da semana (segunda-feira (26/08) a coordenadora da a Secretaria
de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania – SEDIHC, Kátia Virginia Espíndola Rodrigues que veio para ministrar palestra no lançamento do Programa “Viver sem Limite - Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência” no município. O “Plano” tem por objetivo promover a integração e articulação das políticas públicas voltadas ao tema. O evento foi  realizado pela Secretaria de Defesa Social do Estado em parceria com a Prefeitura de Paraibano, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social. O lançamento do “Plano” 
aconteceu das 8 às 17 horas, no plenário da Câmara de Vereadores de Paraibano e foi aberto ao público, especialmente para pessoas com deficiências. Participaram familiares das pessoas portadoras de deficiências,autoridades, profissionais da educação e saúde. Uma presença que marcou o encontro foi a do secretário municipal de defesa dos direitos das pessoas com deficiência de São João dos Patos, Sr. Francisco Leosvan, que é também coordenador do Fórum Estadual das Entidades de Pessoas com Deficiência e Patologia do Maranhão e responsável pela criação da primeira secretaria municipal da entidade no Estado do Maranhão. Durante sua palestra, Kátia  Espíndola falou sobre a situação dos deficientes, seus direitos e como o município deve elaborar projetos para captar recursos voltados a desenvolver ações na área de políticas públicas e direitos das pessoas portadoras de deficiências.“Para nós, Leosvan é um orgulho, por ter
implantado a primeira secretaria dos direitos da pessoa com deficiência no estado do Maranhão, e também a primeira Associação dos Deficientes e de São João dos Patos na região” destacou a palestrante Kátia Espíndola.                                                     Em entrevista a este blog Leosvan, relatou que a sua luta começou desde a infância: “Sou de família de 12 irmãos, mas sempre fui aceito como todos eles, nunca houve diferenciação, o preconceito veio de fora” afirmou. Leosvan que é cadeirante. Em seu discurso o patoense, fez uma relato de sua vida, das dificuldades nos tempos de escola, os incentivos, as experiências profissionais e políticas, sempre encontrando um universo de preconceitos, indiferenças, mas nunca se deixando abater e lutando permanentemente pelos seus direitos e das pessoas com deficiências.“São exemplos que podem ser seguidos por outros municípios da região” desejou Leosvan que ainda lembrou-se da Lei Municipal criada para dar acessibilidades aos deficientes em comércios: “A rampa para cadeirantes em frente aos estabelecimentos comerciais e orgãos públicos municipais e governamentais, caixas eletrônicos mais baixos, elevador em locais que são necessários e isso não só para deficientes físicos, mas também para gestantes, idosos, etc. Acessibilidade para todos” frisou o secretário dos deficientes de São João dos Patos.















Outro ponto positivo observado por Leosvan são os trabalhos de informações como palestras e encontros realizados com a sociedade de um modo geral para levar conhecimentos, experiências e assim conscientizar a todos sobre os direitos dessa parcela da sociedade: “Esse encontro aqui em Paraibano é um avanço, veja o número de pessoas com deficiências, suas famílias, são muitas pessoas que precisam desses serviços que buscamos” destacou. Em Paraibano são 5.543 pessoas portadoras de deficiências físicas: “A maioria das pessoas acha que deficiente é só aquele que usa cadeira de rodas... Existem outras deficiências, como surdez, mudez, visão, etc.” disse Leosvan. Entre os direitos reinvidicados pelso deficientes está o acesso à educação, inclusão social, atenção à saúde e acessibilidade, estimulando todas as políticas públicas e programas que contemplem a promoção, a proteção, a defesa e a garantia dos direitos da pessoa com deficiência. O número dos mais de 5.500 deficientes no município de Paraibano tem despertado a atenção da população para esse público.Essa observação foi levantada por este editor durante entrevista com Kátia Espíndola: “É um público que mesmo sendo atendido pelos órgãos municipais, ainda não tem acessibilidade a eventos
públicos, ficam sob os cuidados da família, à margem dos acontecimentos sociais e por isso a maioria das pessoas não os nota, mas que existe e é preciso desmistificar esses preconceitos para que eles (os deficientes) sejam incluídos como cidadãos”.Kátia Espíndola revelou a este blog que sentiu na própria pele o sofrimento dos deficientes. Durante a sua formação de turismóloga na Faculdade São Luis sofreu síndrome de Guillain Barrè (doença neurológica de origem autoimune capaz de provocar fraqueza muscular generalizada) que a deixou tretaplégica e a fez perder a visão,coordenação motora, sensibilidade, isso
tudo durante sete meses, esse processo, levou-a a se aprofundar em estudos sobre a doença e as dificuldades que essas pessoas passam, principalmente pela falta de conhecimentos, acessibilidade e direitos. Kátia revelou ao blog que entrou de cabeça no universo dos deficientes para conseguir que os direitos dos mesmos fossem garantidos: “Existe um desconhecimento muito
grande e não é só por parte das pessoas com deficiências físicas...As próprias autoridades, não tem um bom conhecimento na área...

Em 2014 a SEDIHC pretende promover palestras regionais com gestores públicos, promotorias, para ampliar as discussões, desenvolver trabalhos e avanços dessas informações” revelou. A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania-SEDIHC- em São Luis tem recebido recurso do Governo Federal para o fortalecimento do orgão. Entre esses recursos está a ampliação de profissionais, que contará com três interpretes de libras, um profissional administrativo e um motorista, com objetivo de dar suporte em ações em que uma pessoa com deficiência necessite. Kátia exemplificou o caso de algum paciente portador de deficiência auditiva que precise de cuidados médicos e que não seja entendido na sua linguagem corporal pelo
profissional da saúde, nesse caso, dependendo da situação, a SEDIHC pode estar disponibilizando um intérprete de libras, para contribuir na área da saúde e educação e até mesmo da justiça: “O ideal é que cada município tenha um profissional capacitado em libras” orientou Kátia durante entrevista a este editor. Como ainda não é uma realidade nos municípios maranhense, Kátia informou que existe uma central em São Luis onde pode ser agendado esse profissional. “Com o aumento de acidentes automobilisticos no Brasil, da violência, cresceu o número de pessoas que ficam com alguma sequela, então é necessário que se aumente profissionais para atender esse público.” Destacou a coordenadora da SEDIHC. “O sofrimento dessa pessoa com deficiêcia é muito grande, por não serem entendidas na sua linguagem corporal, aí sofrem com a desatenção, preconceito e descaso... O mundo ainda é egoísta, pela forma do olhar já se observa o preconceito e a falta de atendimento adequado a essa parcela da população tem que melhorar e ter avanços. Eles tem esses direitos. Temos que mudar essa realidade” desabafou Kátia Espíndola ao se referir a falta de atenção da sociedade como um todo aos deficientes no Brasil. Durante o evento em Paraibano, algumas pessoas com deficiência presentes ao encontro se manifestaram: A estudante Adriana revelou que sofre com a dificuldade de fixar o aprendizado na escola e por isso se sente discrinada quando a chamam de burra. Adriana afirmou que se considera inteligente. Outra aluna do Complexo Educacional Epitácio Pessoa (uma das mais tradicionais escolas no município) ressaltou, que mesmo sofrendo preconceito foi considerada uma ótima aluna e conseguiu concluir um curso técnico de auxiliar administrativo em curso do governo. Kátia Espíndola, elogiou as alunas e informou que o governo federal disponibiliza cursos profissionalizantes, democraticamente e exemplificou o PRONATEC. Kátia incentivou para que essas pessoas busquem espaços em empresas para trabalhar profissionalmente.
O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência por meio do Plano Viver Sem Limites, veio a Paraibano a convite da Prefeitura Municipal e Secretaria Municipal da Assistência Social. Estiveram presentes ao evento a vice-prefeita Rejany Sá Gomes Correia (representando a prefeita Aparecida Furtado (PV) que por questão de agenda administrativa não pode comparecer), o promotor de Paraibano Dr. José Emanuel da Silva e Sousa representou o juiz da comarca  Dr. Carlos Eduardo de Arruda Mont"Alverne, a secretária municipal de assistência social Edivânia Coêlho Madeira, secretária municipal de saúde Lucimar Sá da Silva, secretária municipal de Obras Transportes e Serviços Urbano Sâmia Albuquerque, a vereadora e presidente da Câmara Ana Célia, vereadora Socorro Lucena, vereador Cazuquinha, o presidente do Conselho Municipal da Assistência Social Gilclean Gomes Vieira, profissionais do CRAS, da educação, saúde, etc. Também foram prestigiar o lançamento do Projeto. 
Fotos e Matéria: Léo Lasan

2 comentários:

Ubirajara disse...

Leo,
Sua reportagem sobre deficientes físicos me causou grande surpresa.
A cidade de Paraibano tem, aprosimadamente, 20.000 habitantes. Considerando que na Cidade tem, aproximadamente, 5.500 deficientes, é uma surpresa verificar que 28% da população é de deficientes.
Um abraço,
Ubirajara.

ParaibanomaNews disse...

OBRIGADO UBIRAJARA, PUBLICAÇÃO NÃO OBSERVEI ESSES DADOS, VOU CONFIRMAR COM A SECREÁRIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.