sexta-feira, 30 de agosto de 2013

DENÚNCIA: MAIOR RIO MARANHENSE SOFRE COM AS QUEIMADAS

RIO NASCE NO MUNICÍPIO DE MIRADOR E CORTA MAIS 52 MUNICÍPIOS

O maior rio maranhense, o Itapecuru, que nasce município de Mirador continua ameaçado. Como não bastasse o desmatamento, assoreamento e poluição pelos defensivos agrícolas, outra vez nessa época do ano o inimigo é o fogo. Há dois meses (julho) o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) registrou quatro municípios maranhenses como os mais críticos em ocorrências de queimadas no Brasil ( ano passado, 2012, o Maranhão foi o primeiro colocado em números de incêndios em todo o país). Os municípios onde os focos de incêndios aconteceram foram Fernando Falcão com 59 focos, Barra do Corda com 59, Balsas com 53 e Mirador com 117 ocorrências. Essa semana, fim de agosto, viajantes que trafegam pela BR 230 denunciaram mais de 6 focos de incêndios próximo ao município de Pastos Bons. Em Paraibano, em setembro inicia-se o período de queimadas nas lavouras e a preocupação aumenta, devido à fumaça que lança cinzas sobre a cidade, adoecendo principalmente crianças e idosos com problemas respiratórios.
NASCENTE DO RIO
Mirador é o berço do rio Itapecuru, rio genuinamente maranhense, com 1,2 mil Km de extensão ligando o sul do estado ao Atlântico. O rio corta 52 municípios e é responsável pelo abastecimento de 65% da população da capital São Luis. Os 52 municípios que integram a bacia do Itapecuru, reúne uma população aproximadamente de 3 milhões de pessoas. Muitas delas tiram o sustento das águas do rio. O rio que deria ser preservado em toda a sua extensão sofre danos diários principalmente nas cidades mais populosas, que despejam seus esgotos  nas águas, na zona rural destroem as matas ciliares, existe retirada ilegal de madeira e areia às margens do rio e piorar o agronegócio na região de Balsas há anos aplicam defensivos agrícolas devido ao cultivo da soja e contribuem para a mortalidade do rio Itapecuru.
Brigadas de Incêndio Foto:IBAMA
Com a chegada do período de estiagem que vai de agosto a dezembro,  a vegetação se torna seca e inicia-se o desencadeamento de queimadas, provocadas principalmente por agricultores, caçadores e também a falta de consciência das pessoas. Esse período crítico da falta de chuva está no início, mas o Maranhão já se adiantou  e conseguiu mais um recorde: o de ser o primeiro em registros de focos de incêndios, são mais de 2.500 registrados até julho deste ano. O ranking de campeão em negatividade permanece com o Estado, também na área ambienta.
Na mídia do governo maranhense (principalmente na internet) o Itapecuru é altamente preservado e resguardado pelo Parque Estadual do Mirador, onde existe a Cooperativa dos Técnicos em Proteção Ambiental do Parque... Mas na realidade o município localizado ao leste maranhense e à 500 km da capital, não está na lista das brigadas de incêndio. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Centro de Prevenção de Combate a Incêndios Florestais, órgãos responsáveis por reduzir o número dessas ocorrências, não destinou brigadistas para Mirador. Apenas quatro município (dos doze que eram beneficiados com este serviço) vão contar com os serviços dos brigadistas. Conforme informação da gerente estadual do PREVFOGO, Maria do Socorro Miguel Fonseca, o programa atuará especificamente nas áreas de proteção federal, como reservas indígenas e no Parque Nacional da Chapada das Mesas.
O município de Mirador que lidera o ranking de focos de incêndios não terá o serviço da brigada contra incêndio. A prefeitura municipal de Mirador tem uma secretaria de meio ambiente, porém, sem estrutura capaz de desenvolver trabalhos contra incêndio. O secretário municipal de Meio Ambiente de Mirador disse que tentou várias vezes, manter uma equipe de brigadistas do PREVFOGO, mas foi em vão. O IBAMA em São Luis, informou que este ano o município de Mirador, ficou sob a responsabilidade do Estado. Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Maranhão afirmou que uma equipe estava  elaborando um projeto para captação de recursos para manter suas próprias brigadas, o que ainda não aconteceu. Enquanto o fogo se espalha pela vegetação rasteira, São Luis promoverá daqui a três dias a 4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente, mas não para tratar do fogo e nem da água e sim dos Resíduos Sólidos. E aí vem o velho provérbio: " É como fogo no monturo (lixo)", vai queimando por baixo e lentamente para a agonia de quem ver o Itapecuru se definhando.
Matéria de Léo Lasan com informações do Jornal de Mirador-MA.

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