Thayson com os pais Maria e Nildo: exemplo de superação |
Thayson Santana Moura tem 18 anos e mora no jardim Santa Rosa na cidade de Nova Odessa no estado de São Paulo. Ele acaba de se formar no curso de Eletromecânica no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). O diploma que pode parecer num primeiro momento algo simples, para Tahyson tem um significado especial: o jovem maranhense de Paraibano que mora há quatro anos em Nova Odessa é portador de paralesia cerebral. Exemplo de superação, Thayson conta que não foi fácil conquistar o diploma. Foi preciso muita dedicação e força de vontade. “Foram três anos de amizade, ajuda e companheirismo. Tive dificuldades durante o curso, mas meus colegas me ensinavam e eu os ensinava”, conta, feliz, o jovem.
A mãe de Thayson, Maria dos Santos Santana (filha de Siurinha Barbosa) descobriu que o filho era portador de paralisia cerebral logo após o nascimento. Desde então ela se dedicou para garantir que o menino pudesse ter uma vida mais normal possível. De acordo com a diretora da Cruz Verde, uma das mais respeitadas entidades no Brasil no atendimento das crianças com paralisia cerebral, a doença afeta 17 bebês a cada 1 mil nascidos vivos em países sub-desenvolvidos. A paralisia cerebral pode ocorrer em três níveis, sendo leve, moderada e grave e afeta diretamente as funções motoras e cognitivas. “Todo acompanhamento que os portadores de paralisia cerebral necessitam visam potencializar a capacidade de desenvolvimento, estimular a comunicação e melhorar a qualidade de vida”, informou a diretoria da Cruz Verde. Mesmo sem conhecer o caso específico de Tahyson, a entidade afirma que um portador que chega a concluir um curso, a exemplo do morador de Nova Odessa, é sim motivos para comemorar.
DIFICULDADE E ESFORÇO
“Eu conseguia acompanhar a turma e as minhas notas eram compatíveis com as dos meus colegas. Tive sim dificuldades, pois os professores explicavam rápido. Foram três anos de convivência, respeito, companheirismo e amizade. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito lá. Eles me ensinavam, mas sei que eu também ensinei muito a eles”, conta Tayson.
“Dificuldades todos nós temos, ainda mais por ser um curso que envolve cálculos. O difícil era parar, raciocinar e desenvolver depois”, disse o garoto.
Além de concluir o curso Thayson pratica futebol, vôlei e basquete. “Sempre vou com meus amigos no ginásio aqui perto de casa bater uma bolinha”, conta rindo. A meta agora é começar a trabalhar e se preparar para ingressar na faculdade. “ Minha área é mecânica. Eu quero fazer Engenharia Mecânica porque é o que gosto e estou acostumado a fazer”, revela Tahyson.
INFORMAÇÃO E ATENÇÃO. A paralisia cerebral não tem cura, mas o acompanhamento do paciente pode melhorar a qualidade de vida. Para a mãe de Thayson, o poder público deveria dispensar mais atenção aos portadores da doença. Ela afirma que em Nova Odessa são muitos os casos e nem todos tem informações a respeito do problema. Normalmente a paralisia cerebral é provocada por falta de oxigênio no momento do parto. Costuma ocorrer em bebês que demoram a nascer. “Meu objetivo é realizar campanhas de conscientização da doença para que as pessoas saibam que podem ter melhores condições de vida”, disse ela. Segundo Maria, há muitos casos em Nova Odessa em que crianças passam o dia deitados em uma cama sem saber que avanços podem ser conquistados. “Meu filho passou por isso e saiu dessa situação, é uma luta diária”, conta.
INFORMAÇÃO E ATENÇÃO. A paralisia cerebral não tem cura, mas o acompanhamento do paciente pode melhorar a qualidade de vida. Para a mãe de Thayson, o poder público deveria dispensar mais atenção aos portadores da doença. Ela afirma que em Nova Odessa são muitos os casos e nem todos tem informações a respeito do problema. Normalmente a paralisia cerebral é provocada por falta de oxigênio no momento do parto. Costuma ocorrer em bebês que demoram a nascer. “Meu objetivo é realizar campanhas de conscientização da doença para que as pessoas saibam que podem ter melhores condições de vida”, disse ela. Segundo Maria, há muitos casos em Nova Odessa em que crianças passam o dia deitados em uma cama sem saber que avanços podem ser conquistados. “Meu filho passou por isso e saiu dessa situação, é uma luta diária”, conta.
Desde a educação infantil até o ensino fundamental, Thayson sempre teve nas escolas, além da professsora que lecionava para os demais alunos da turma, uma professora que acompanhava seu desempenho em especial. No começo os professores davam a ele atividades mais fáceis em relação ao conteúdo estudado pelos outros elunos. “Sempre fui muito presente na educação dele, até que fui à escola e fiz uma reunião com todos os professores. Falei a eles que ao invés de eles estarem incluindo meu filho com os demais alunos, eles estavam excluindo do resto da turma, julgando-o incapacitado de realizar tais atividades como os amigos”, lembra Maria.
“A palavra inclusão é muitas vezes o lema das escolas, mas poucas delas preparam de fato o professor para receber o aluno que precisa de um acompanhamento adequado”, finaliza a mãe.
SESI E SENAI
Thayson sempre estudou em escolas públicas. Ele entrou no Sesi (Serviço Social da Indústria) através de uma prova e no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) porque as escolas são parceiras. Segundo a mãe, foram estas escolas que “abriram as portas” para seu filho. “No começo foi difícil”, lembra. “O Senai nunca havia recebido aluno assim. Foi preciso muito esclarecimento para as pessoas sobre a doença dele e os cuidados que deveriam tomar”, explica. “Meu filho é exemplo de superação e de força de vontade. Sem isso, ele não estaria onde está agora”, conta orgulhoso Nildo de Jesus, pai de Thayson.
AMOR E OBJETIVO
“As pessoas tem que ter um objetivo na vida. A família deve estar sempre unida para ajudar a quem ama. O Thayson é um filho de ouro. Ele é muito comunicativo e faz amizades muito fácil”,conta a mãe. “Nós não tínhamos esse conhecimento abrangente sobre a doença dele, mas fomos atrás, buscamos informações e fizemos o necessário para que aos poucos fossemos aprendendo cada vez mais sobre paralisia cerebral. Fizemos o possível para reverter essa situação. O nosso prêmio agora é vermos ele fazer tudo o que está fazendo e se formar em uma escola técnica e no ensino médio no mesmo ano”, completa. A família decidiu tornar público o exemplo de superação de Tahyson para que outras famílias que passam pela mesma situação possam espelhar e vislumbrar melhor qualidade de vida.
Pai, mãe e filho, deixaram a cidade de Paraibano, rumo a São Luis, no estado do Maranhão, e depois seguiram para São Paulo, há mais de 16 anos, sempre em busca de melhores recursos para o tratamento do garoto. Toda a vida foi modificada em busca de um sonho que tem sido conquistado dia após dia. “O nosso apoio para ele e a busca de informações foram fundamentais nesse tratamento. Muitas pessoas não buscam informações e acreditam que por seu filho ter paralisia, ele precisa ficar sempre deitado em uma cama. Não é assim”, conta o pai. O objetivo da família maranhense, agora, é promover campanhas de conscientização para ajudar a informar melhor as pessoas.
Reportagem de Evandro Coeve e Bruno Aguiar do Jornal de Nova Odessa -- SP, site: www. jno.com.br
Um comentário:
PARABÉNS A ESTE GAROTO E A SEUS PAIS POR ESTE EXEMPLO DE AMOR E SUPERAÇÃO.
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