Cecília Salatta gestora da carteira de comércio varejista do SEBRAE/Balsas sendo entrevistada por Léo Lasan |
Para responder a esses questionamentos o Blog Paraibanomanews entrevistou Cecília Salatta, gestora da carteira de comércio varejista do SEBRAE-BALSAS, que esteve na cidade com uma equipe da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para levantar esses dados. Clique em Leia Mais e veja a Entrevista.
*Léo Lasan (PARAIBANOMANEWS): Cecília, Qual o motivo da visita do SEBRAE e UFMA à Paraibano?
Cecília Salatta: Bom! O motivo da nossa visita à Paraibano é o seguinte: Nós temos um grupo formalizado de comércio varejista englobando algumas empresas do município. Estamos trabalhando desde o mês de agosto. No primeiro semestre que foi de fevereiro a julho, articulamos com a prefeitura local, bancos, também mobilizamos os empresários que quizessem participar desse grupo depois com o grupo formado passamos a trazer mensalmente orientações do SEBRAE em forma de palestras e de cursos ou consultoria que é a visita do profissional do SEBRAE às empresas de maneira individual.
• Leo Lasan: Qual o objetivo da parceria SEBRAE e UFMA?
• Cecília Salatta: Nós só trabalhamos no município quando temos parceiros, pois enquanto agimos com parcerias conseguimos obter mais resultados, até mesmo para o próprio grupo. No caso parceria da UFMA, vem pelo seguinte, o projeto tem resultados a serem alcançados, no caso de Paraibano e da região, é o aumento no volume de venda e faturamento bruto em todas as empresas e existe um número, uma porcentagem que queremos alcançar a cada ano, é um projeto de quatro anos, para que nós saibamos se a empresa tem crescido, é necessário medir essas empresas e os empresários serem entrevistados... A UFMA entra nesse contexto, disponibilizando estudantes dos cursos de economia, administração, então eles visitam conosco as empresas cadastradas e fazem às entrevistas, a UFMA tabula os dados coletados na empresa e nos devolve o perfil daquele grupo, assim nós sabemos se é necessário trabalhar de uma maneira diferente ou continuar com o mesmo trabalho, portanto decidimos se o caminho do planejamento que fizemos inicialmente é correto ou se é necessário tomar alguma atitude e modificar qualquer ação.
• Léo Lasan: A senhora me passou um escopo do projeto, fale sobre ele.
Cecília, Ludenrique e Valdecir entre alunas da UFMA Foto:Lasan |
• Cecília Salatta: Esse trabalho se chama “Projeto Fortalecimento do Comércio do Médio Sertão Maranhense”, ele teve início em 2012 e está previsto para terminar em 2015, são cinco município que fazem parte desse projeto: São João dos Patos, Paraibano, Colinas, Buriti Bravo e São Domingos do Maranhão, totalizando oitenta e cinco (85) empresas nessa região. É lógico que cada município tem a sua particularidade, mas como todos estão na mesma região e todos são, essencialmente comércio varejista, praticamente tem o mesmo perfil... Assim o que queremos obter nesse grupo de oitenta e cinco empresas, que vão ser trabalhadas durante esses quatro anos, é aumentar a competitividade, que essas empresas se tornem mais fortes nos municípios onde elas estão.
• Léo Lasan: Diante da sua experiência, como a senhora avalia o perfil das empresas do nosso município, atualmente?
• Cecília Salatta: Olha, o perfil das empresas do interior do Maranhão são praticamente os mesmos. São empresários que realmente se doam, lutando contra uma série de dificuldades, seja ela política, econômica, logística, de distribuição de fornecedores, praticamente os mesmos problemas... Geralmente essas empresas são carentes de conhecimentos. Os empresários com a informação que eles tem, com o dia-a-dia que eles vivem, tentam sobreviver...
• Léo Lasan: ... Mas o que realmente falta, para esses empresários mudarem o cenário crítico da economia local e de suas empresas?
• Cecília Salatta: Orientação. Principalmente contra a inadimplência, quer dizer!Combater o famoso “fiado”. Também falta orientação no controle interno, controle da gestão da empresa de maneira mais eficaz.
• Léo Lasan: Como está a aceitação por parte dos empresários do curso do SEBRAE em Paraibano, estão aderindo?
• Cecília Salatta: Quando fizemos o primeiro momento de adesão, o SEBRAE entrou em contato com cada uma das empresas de Paraibano e dos outros municípios... Mas a confiança vem com o que nós conseguimos enxergar, não é? Então, inicialmente foram treze empresas trabalhando aqui no município, mas quando as ações começaram a acontecer, hoje temos vinte e oito, mais do que dobrou esse número em um período de pouco mais de um mês. Esses empresários tiveram os primeiros cursos que foram o “Aprender a Empreender”, “Atendimento ao Cliente” e “Técnicas de Vendas”, com isso o pessoal viu que o negócio era sério, de verdade, que existia um trabalho com as empresas e que iria surtir efeito. Então o que não pode é perder a esperança, é preciso ter comprometimento com as ações, pois o que se aprende em sala de aula deve se aplicar nas empresas, por que o conhecimento não pode ficar só em sala de aula, tem que vir para o dia a dia do empresário.
• Léo Lasan: A senhora tem conhecimento da aplicação dessas técnicas, no decorrer do curso, realizadas por empresários locais?
• Cecília Salatta: Olha! às vezes o empresário, pode até fazer e adotar essas técnicas de forma nata, que ele talvez nem saiba, mas que foram jeitos que ele achou na rotina, na prática, na experiência e aí com os cursos ele passa a enxergar e detectar o que estar fazendo e diz: Olha!Eu estou fazendo de forma certa! Olha! Eu estou fazendo de forma errada. E assim ele aprende que pode otimizar a vida dele no dia a dia que o faça ter uma vida, mais, não digo descansada, até por que, o comerciante vive para o comércio, mas ele passa a ter uma vida pessoal um pouco melhor e passa a ganhar mais na empresa... O empresário que consegue detectar isso e implementar esses conhecimentos, com certeza vai fazer o diferencial.
• Léo Lasan: Cecília, muitos empresários perguntam, por que o dinheiro da cidade de Paraibano não está circulando na economia local, a senhora, na sua experiência profissional, já detectou esse tipo de situação?
• Cecília Salatta: Olha! Quando o dinheiro não está na cidade, na mão do empresário, está em algum lugar, isso é lógico! O que vejo é o seguinte: Geralmente o empresário fica com o “fiado”, o que significa que é, uma venda de mentira... Exemplo: Quando o empresário vende no fiado, ele fez uma venda de mentira...
• Léo Lasan: Como assim?
• Cecília Salatta:... Por que o produto é dinheiro e ao vender fiado, o produto não fica mais na prateleira e ele fica sem o produto e sem o dinheiro do cliente...
• Léo Lasan: Então o que acontece ?
• Cecília Salatta:... O cliente vai usar o seu cartão de crédito ou de débito, (que é uma ferramenta de venda segura) em outros municípios, que pedem o cadastro do cliente... As empresas que contratam o cadastro do cliente ou que tem todos os terminais para passar o cartão, não correm esse risco da inadimplência... Ao contrário disso, o cliente deixa o rombo no município, em que empresários ainda usam ferramentas antigas, como o caderninho de contas... Outra situação, os empresários não se unem e essa falta de união, gera o individualismo e aí fica um empresário lutando contra empresário, na realidade, ele está lutando contra sí próprio... Quando a gente fala, que a união é a força, isso é verdade mesmo, por que os empresários ao se unirem, tem maior poder de compra, maior poder de decisão... Por que os grandes grupos, conseguem comprar mercadorias muito mais barato em maior quantidade e repassar esse preço ao cliente? Devido à união. Se os empresários se unirem em forma de associação, cooperativa ou central de negócios, com certeza vão conseguir, no quesito venda, os melhores preços e trazer de volta, o cliente e o dinheiro novamente para Paraibano.
• Léo Lasan: Então o segredo está na união? Essa é a luta do micro empresário Ludenrique Campos, em implantar esse associativismo em Paraibano?
• Cecília Salatta: Isso!A principal entidade de representação dos empresários, seja do comércio ou da indústria, é a associação comercial. Com a associação comercial, o empresário ou comerciante, passa a ter uma representatividade junto à política, economia, e quanto mais empresário aderir à associação, mais forte ela fica.
• Léo Lasan: Como estão os trabalhos para a implantação da associação comercial e empresarial em Paraibano?
• Cecília Salatta: Então! O SEBRAE detectou essa necessidade em Paraibano em conversas com os empresários locais, já existe um grupo formalizado, que está fazendo cursos, articulamos para a primeira semana de dezembro a vinda (*já se encontra na cidade o consultor Mauro do SEBRAE) de um consultor de empresas para trabalhar o associativismo com os empresários locais em prol da formação da Associação Comercial e Empresarial de Paraibano, portanto os empresários do município, tem o apoio total do SEBRAE na parte profissional de conhecimentos, para que, essa associação possa nascer já no início de 2013, a pleno vapor.
• Léo Lasan: Em 2013 haverá uma nova administração pública, e evidentemente, os cursos e a associação (se for oficializada), precisará de apoio, já houve contato para essa parceria com a futura administração?
• Cecília Salatta: Na verdade existe uma lei, chamada Lei Geral e essa lei é mãe de um documento chamado Estatuto das Micro e Pequenas Empresas, que privilegia os micro e pequenos empresários e os empreendedores individuais... Ora!! À partir do momento em que a gente sabe que 90% dos empregos e 90% do giro econômico dos municípios, não só do Maranhão mas no Brasil inteiro, são os pequenos negócios, há de se convir que a implementação da Lei Geral do Estatuto das Micro e Pequenas Empresas, vai fazer um bem enorme ao município... Nós temos mais de cem municípios no Maranhão que já estão nesse processo, e para Paraibano, vai ser muito bom implementar essa lei, criar a associação, para que os negócios se fortaleçam e sejam dadas oportunidades para os negócios do município alavancarem.
• Léo Lasan: Qual sua mensagem final para o empresariado de Paraibano, entrarem em 2013, mais confiante na economia local?
• Cecília Salatta: Na verdade quando a gente fala de um trabalho como esse, com duração de 4 anos, nós queremos que uma boa representatividade, uma boa parcela do empresariado, realmente faça adesão, por que vai fazer a diferença aqui no município para a própria economia local. Então, que esses empresários passem realmente a se unir, a serem parceiros, pois esse é o melhor exemplo de modelo de cidade, cidades que avançaram, foram às cidades em que a classe empresarial se uniu, em prol da própria associação comercial, gerando com isso, divisas e conquistando um a economia mais sólida, através de decisões e comprometimento com a causa... No início pode parecer difícil, mas com o tempo, os frutos começam a aparecer e são muito valiosos. Desejo um Feliz Natal e Própero Ano novo à todos os paraibanenses. Obrigada!
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