No Dia Internacional da Mulher, o Paraibanomanews faz homenagem a uma das mulheres paraibanense que mais tem destacado o município no Brasil. Dra. Eliza Brito. O Paraibanomanews fez uma análise do Livro da procuradora de justiça do estado (aposentada) como parte dessa homenagem. Mas fica também os PARABÉNS a todas as mulheres do nosso município e do Brasil. Feliz Dia da Mulher.
O livro “O Tempo Não Apagou” escrito pela procuradora de justiça do estado (aposentada) Dra. Eliza Brito Neves dos Santos, lançado em seis de janeiro de 2013, no sexagésimo aniversário de autonomia do município de Paraibano, além de ser uma importante contribuição para a cultura local é antes de tudo o resultado de anos de vivência (em memórias, impressos ou fotográficos) estudos e desafios em permeio às cobranças dos conterrâneos e quatro anos de pesquisas difíceis, dado que no município documentos acerca da própria história local é super reduzida além de confusa (ainda não existe um estudo profundo e científico que contemple todos os heróis que fizeram parte da origem do município,o que a autora deixa bem claro na introdução do livro, de não ser seu objetivo retratar fatos históricos,)contudo é louvável o registro do livro que contribui como reconstrução do passado do município, além de ser um exemplo de civismo. O livro é dividido em oito capítulos, 336 páginas e reúne a história da primeira família Brito Lira, que chegou ao povoado Paus de Terra em 1920 e em 1923 muda-se para o lugar Brejo do Faustino, aonde encontram o morador José Fernandes de Sousa e desse compram uma gleba de terra. A partir de então começa a saga da família Brito Lira na exploração das terras e na acolhida de retirantes, vindos principalmente da Paraíba, Ceará, Pernambuco (de onde vieram os primeiros familiares da autora) e Rio Grande do Norte. De 1923 até a década de 40 transformam aquele considerado um “brejo” (por ser um lugar úmido e de terras boas
para agricultura) em um povoado “promissor” criando preocupações para os políticos da época radicados na comarca Pastos Bons (a qual Brejo dos Paraibanos pertencia) e da região, a exemplo de Joana Rocha Santos (Dona Nóca) de São João dos Patos, uma senhora vaidosa e determinada, considerada a primeira mulher a exercer um mandato de prefeita no Brasil, para esses mandantes “Os forasteiros demonstravam arrojo (Parte 1 pag.20)”. A emancipação do povoado Brejo para o município Paraibano em 1953 foi recheado de polêmicas, intrigas, estratégias e maquiavelices políticas (que só adquirindo o livro você entrará na história). Como registros político existem dados da caminhada rumo ao desenvolvimento por meio de todos os prefeitos e suas principais ações nesses 60 anos do município. Os primeiros capítulos são referências à infância e adolescência de Eliza, que pela luta do avô (Antonio de Brito Lira) e o pai (Guilhermino de Brito Lira) na criação e emancipação do lugarejo, oportunizou a autora a conviver com os principais fatos do desenvolvimento do município. Observa-se no livro que Eliza por ser filha única teve o zelo do pai (seu grande herói) e devido às circunstâncias políticas, os visitantes a mimavam com presentes raros, mas se engana quem pensa que isso a tornava uma bambina obstinada, pelo contrário, a sagacidade da menina “matuta” chamava a atenção pelos questionamentos de injustiças já naquela época, a ponto de seu pai em vez de se aborrecer com as perguntas pertinentes, orgulhava-se e vislumbrava na filha uma futura advogada (sonho que o pai não chegou a ver, falecendo três anos antes da formatura de Eliza. Aliás, há um capítulo emocionante sobre essa parte. Pags. 158/160). A trajetória educacional da primeira mulher paraibanense a concluir um curso universitário (a própria autora) é relatada em mais de vinte três páginas do livro e serve como pano de fundo para anotações da história do município, a exemplo, o isolamento do município de outras cidades, as estradas, os transportes, a religião, a cultura, a primeira professora, os primeiros profissionais a trabalharem no povoado e o relacionamento de amizade com grandes personalidades que hoje são destaques em diversos setores no Brasil e até mesmo fora do País.
O livro vai além e brinda às famílias, registrando os nomes dos primeiros moradores indiferentes as suas posições sociais. A autora também destaca nomes de profissionais, filhos da terra que estão a contribuir atualmente pelas diversas paragens do Brasil. Eliza Brito revela as motivações que a levaram a escrever o livro e uma das principais foi a reflexão na qualidade de primeira paraibanense, a concluir um curso superior (1965) e movida pelo grande amor que sempre dedicou a sua terra natal: “Afinal a vida também passa, e as palavras viajam com o vento, daí a importância de registrá-las em papel o que ainda guarda na lembrança” escreve a autora na introdução do livro.O projeto teve início (ainda que imperceptível para Eliza) na adolescência, no hábito de colecionar fotografias, guardar correspondências e cópias de documentos, fazer anotações e conversar com pessoas, esse valioso arquivo inquieto no “balaio de relíquias” e as cobranças de professores e estudantes, aguça a autora a decidir em abril de 2008 (ano de sua aposentadoria) registrar para a história do município sua parcela de contribuição. Foram quatro anos de tarefa difícil e por vezes faltou coragem para tão grande desafio, como afirma a autora no livro. No início de 2013, o livro estava pronto e ansioso para beijar as mãos, fitar as pupilas e apaixonar o coração dos leitores, após 59 anos de emancipação de Paraibano. Há muito anos pela frente para ser desvendados outras informações sobre o município, provavelmente por isso a autora considera que esse livro é apenas o começo. Na penúltima página de “O Tempo Não Apagou”, Dra. Eliza Brito, escreve os caracteres com o sinal de reticências, e não com ponto final, para em seguida introduzir uma bendita poesia de sua autoria, sobre Paraibano.
O Tempo Não Apagou Autora: Eliza Brito Neves dos Santos; São Luis 2013; 336 páginas;
ONDE ENCONTRAR: Rua 7 (Sete) de Setembro, Nº 342 – Centro- Paraibano –MA. CEP:65670000. Ou pelo Telefone: 99 554-1216. Falar com Séfora ou TelmaPreço: R$ 30,00 (Sem despesas postal) Texto: Léo Lasan
Nenhum comentário:
Postar um comentário