O evento cultural "Um Novo Olhar Sobre a Cultura e a Arte de Paraibano", realizado na quinta-feira 08/12, na Unidade Integrada João Furtado Brito, pelo alunos do 2º ano vespertino e coordenado pela professora Miralda Santana, mostrou pela participação das autoridades convidadas, como anda o interesse pela cultura e arte do nosso município. Para se ter uma idéia real da valorização da cultura local, das mais de 15 autoridades convidadas,entre essas os vereadores, secretários municipais, religiosos e artistas, compareceram apenas, a vereadora Ana Célia(PR) e a Secretária de Assistência Social Inara Pereira e alguns professores. O prefeito justificou que devido a realização da Culminância das Escola João Paraibano, ter sido no mesmo horário, pediu a secretária de Assitência Social, Inara (sua filha) que o representasse no evento de cultura. O senhor Divaldo e sua filha Teresinha, a coordenadora educacional Maria Daguia, professoras Zilmar, Socorro Ribeiro, Aparecida e Facundes, também estiveram presentes. Quanto as demais autoridades, "foi uma decepção" como bem frisou um aluno da escola. Os artistas que deram seus depoimentos sobre a valorização da nossa cultura, foram o multiartista Neguim, a cantora e compositora Polliana e Susana(Banda Sorriso de Menina) os cantores Manoel Gonsalves, Janilson Rodrigue,Daniel Andrade, Francisco Lima, Ronaldo 100%,e o pagodeiro Magno (Caipírinha), o desenhista Leonardo Silva, o coordenador de quadrilhas Xico Barbosa, jornalista Léo Lasan e a poetisa Maria Ceuma. Quase todos os artistas locais reclamaram da falta de incentivo à cultura em Paraibano. Os cantores, deram os seus recados e também cantaram acompanhado pelo violonista Neguim. A compositora e cantora Polliana, lembrou que a arte deve ser vista por todos, como a cultura do nosso povo. O apresentador da noite Cícero Biratan, disse que além da Vaquejada e Carnaval, deve haver maior incentivo para outros tipos de manifestações artisticas. O cantor Janilsom, revelou que é de Imperatriz e já andou por várias cidades, onde a cultura tem apoio e que reside há um bom tempo em Paraibano, mas não vê o mesmo apoio aquí, desabafou que lutam muito para que as pessoas entendem que os artistas locais também tem talentos e pediu que seja criada uma secretaria municipal de cultura, pois desconhece se existe uma em Paraibano. O único que discordou que a cultura não é valorizada em Paraibano, foi o pagodeiro Magno, que informou que a cultura é valorizada sim e deu como exemplo a agenda de seu grupo de pagode, que neste final de ano, não tem mais espaço na agenda para shows em Paraibano e que os mesmos estão invadindo outras cidades, como por exemplo, São João dos Patos, onde tem shows marcados, disse que o que falta mesmo é o artista se impor e correr atrás. O jornalista Léo Lasan, reclamou da falta de presença das "autoridades" e frisou que a arte vive, mesmo com a indiferença de quem a quer morta. Lembrou que o filósofo Platão, já dizia que os poderosos consideravam " A Arte é Perigosa e que os artistas corrompem a juventude". Lasan afirmou que político não gosta de artista e que para eles, cultura não dar 'voto'. Tanto é verdade que os políticos, tiraram os showmícios das eleições, porquê os artistas trazem alegrias verdadeiras e são sinceros, essa realidade causou inveja nos políticos" provocou Lasan. Segundo o jornalista que é formado em filosofia, "a arte inrrompe os sonhos dos jovens" o que podem torná-los reais. Daí o medo dissimulado em desprezo, pelos poderosos para com a arte. Para Lasan a cultura no Brasil de um modo geral é dificílima, é que muitos artistas não entendem da burocracia para elaborar projetos para captar recursos culturais. Outro problema é a falta de secretarias de culturas que sejam exclusiva para a cultura, o que se observa, segundo Lasan, são secretarias de cultura acopladas à secretarias de educação, relegadas a situações eventuais. Como fazer cultura dessa forma, onde a política só usa a cultura em benefício próprio e na hora em que é oportuna? questionou Lasan. O jornalista, lembrou dos primeiros artistas de Paraibano e também de artistas que foram embora para mostrar seu talento a quem realmente valorize. Reclamou que não existe um acervo sobre a cultura local."Não existe registro da história da Cultura de Paraibano", "Quando os alunos ou pesquisadores precisam de informações sobre cultura local, recorrem a mim, que tenho um tímido acervo" revelou Lasan. "Paraibano já passou dos 50 anos, mas a história cultural, ainda está no ventre, é necessário que a cultura de Paraibano nasça e seja registrada".Lasan lembrou da luta da bibliotecária Deonice Furtado, quando em 1988, criou o Museu de Paraibano, e que poucos anos depois, um prefeito tido como "culto" veio e acabou, destruindo o único acervo registrado da história de Paraibano . "Essa é a valorização que os políticos dão para a cultura?" provocou Lasan e finalizou "Não existe história de um povo, sem o registro de sua cultura". Após o debate, foi servido um jantar para todos e a persistência de que a cultura de Paraibano, está como o velho sobrado, esquecida e desmoronando.
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